sábado, 15 de novembro de 2008

O que pensam as pessoas sobre o senso comum? Para fomentar a discussão, confira uma coletânea de opiniões a respeito do tema:

Quem define o senso comum?


“Em geral são aquelas pessoas que falam o que pensam - e de uma certa maneira, definida também (por tabela) por aquelas que não fazem objeção nenhuma de dizer o contrário.”


“Define o senso comum as pessoas dotadas de liderança, ou de grande influência no meio de que fazem parte.”


“Formadores de opinião em vários setores da sociedade. E o Arnaldo Jabor.”


“Nós definimos o senso comum a partir das percepções que temos do mundo. O que pode ser senso comum p/mim pode não ser para o outro. Acredito que a definição tenha muito a ver com a formação intelectual e social (educação de casa, criação).”


Qual foi/é a importância das instituições de ensino, ambiente familiar e de trabalho na definição do seu senso comum? Você partilha do senso comum dessas esferas sociais? Como?


“Eu concordo com a minha família quando digo que é importante, na hora de escolher qual faculdade cursar, pensar não só no que eu me interesso, mas também pensar no meu ‘ganha-pão’ de amanhã. Usando esse mesmo exemplo, eu discordo do senso comum de muitos grupos, quando digo que o mais importante não é simplesmente ‘fazer o que gosta’.”

“Colegas, amigos e parentes têm várias opiniões que não fogem do senso comum. São esses espaços de convivência em que os significados são reproduzidos por alguém que leu algum Arnaldo Jabor da vida (leia-se, formador de opinião que acha que sabe do que está falando) e reforçados. Mas cada grupo tem algo compartilhado. Por exemplo, é senso comum para alguns grupos de que o Arnaldo Jabor acha que causa. Ou talvez isso seja apenas uma opinião minha.”


Até que ponto o senso comum influenciou/influencia suas escolhas de vida?


“Seria muita prepotência minha falar que não sou influenciada pelo senso comum – somos muitas vezes fruto do ambiente/sociedade, sem perceber e percebendo. Mas ao mesmo tempo, possuo minhas opiniões, valores e experiências, e sei que nem sempre agrado ao "mundo" com as minhas atitudes... procuro sempre ser honesta comigo mesma, principalmente. E por isso, falar que estou cagando para o senso comum também não seria muito honesto da minha parte.”


“Me influenciou muito no sentindo do que eu não quero ser, mas também me ajudou a ser mais tolerante - quando muita gente pensa parecido fica mais fácil de entender as pessoas. Foi também pelo senso comum dos grupos que participei que fui orientando minha vida - o que é ‘legal’ e o que ‘não é’.”


Você acredita que seja mais fácil, conveniente,sensato ou pragmático estar sempre de acordo com o senso comum? Por quê?


“Não que o senso comum seja algo negativo. Não se trata de ser bom ou ruim, mas sim que é preferível sempre desconfiar de algo quando todos estão concordando ou discordando do que tomar essa mesma postura automaticamente, sem nem ao menos pensar a respeito do porquê. Por isso é mais fácil, pragmático (não gera discussões) e também nesse sentido, seguir a opinião da maioria, pode ser conveniente.”


“Com certeza. Porque aí você não é questionado. Você aceita todos os rótulos que lhe são atribuídos e pronto. Fica mais fácil de viver.”


“Sim, todo totalitarismo é confortável.”


“Sim, pois não precisamos expressar nossa opinião sobre determinado tema polêmico ou até mesmo a expor nossa contrariedade enquanto minoria.”


“Tudo que não exige muito esforço é mais fácil. Não é mais simples aceitar o conselho de pessoas mais velhas, que já passaram por muitas coisas na vida, para não fazer burradas? É mais simples, mais cômodo, mas nem todos fazem isso, principalmente os adolescentes, que adoram ser do contra.”


Conte uma situação em que suas visões se chocaram com o senso comum. Você o desafiou ou se conformou embora estivesse em desacordo? Por quê?

“...para a família dele, para a minha mãe, para os meus amigos, para a sociedade, eu sou considerada casada. Mas essa não é a minha opinião. Não me considero casada e me recuso a chamá-lo de marido. Atribuo isso à pressão da sociedade de rotular as coisas... odeio isso e esse senso comum eu repudio. Não fico fazendo escândalo quando me chamam de casada, mas procuro sempre deixar bem claro qual é a minha opinião.”

“Estou num e-groups em que a opinião comum é que bandido tem que morrer. Já discuti várias vezes e as pessoas se mostram inflexíveis. Então só discuto quando eu tô nervoso com qualquer outra coisa e uso o assunto como válvula de escape da minha raiva e mostrar quão absurda é essa visão.”


As decisões que você toma enquanto parte do coletivo também podem ser de natureza pessoal? Por exemplo, qual foi o peso do senso comum na sua escolha de carreira?


“Sim, podem ser de natureza pessoal também. Apesar de escolher uma carreira baseado-me em aptidões que possuía, certamente a imagem que ela possui perante à sociedade influenciou. O status da profissão, a remuneração, a sensação de poder... todos estes são conceitos provenientes do senso comum.”

Um comentário:

Anônimo disse...

boa pergunta...o que é senso comum?

por um lado, um conformismo estúpido e irritante. por outro, conhecimento popular acumulado ao longo de anos, que é usado apenas para tornar decisões mais práticas e pular esforços já feitos antes.

mas as coisas mudam!

acho que o senso comum deve ser substituído pela intuição. não é porque na maioria das vezes que se fez tal coisa deu tudo errado, que seeeempre será assim. as coisas mudam. quando sentir que "peraí, dessa vez vai ser diferente", escute essa voz.

acho que estamos deixando nosso lado intuitivo morrer, optando por menos cansaço em percebê-lo porque para sobreviver numa rotina repetitiva, temos que ignorar o instinto. ele mostra que todo dia é diferente e que todo momento tem seu sabor especial. mas viver assim traz riscos. pessoas felizes se recusam a trabalhar fora do expediente e serão substituídas pela fila de desempregados sem auto-estima, que aceita trabalhar por menos e com mais infelicidade e desconforto, porque acredita que, como sempre foi assim, assim será.

e se todos se recusassem a trabalhar desconfortavelmente?

todos, todos os da fila de desempregados?

o que os patrões fariam?

o senso comum diz que não adianta, a História diz que deu certo. as revoltas mais fortes e massivas sempre tiveram resultados positivos.

mas quem aprendeu História?

vixe, to mudando de assunto...